Iniciei este novo ano com décadas de saturação. Apesar da minha última mensagem de 2004 ter sido de grande positivismo, confesso que inicio esta nova caminhada com alguma irritação na alma.
Para tentar devolver-me à tranquilidade, aproveitei a minha hora de almoço para entrar na Bertrand e folhear uns livros, na expectativa de encontrar palavras de ânimo e tranquilidade.
O simples facto de estar naquele ambiente foi, por si só, um sedativo instantâneo.
Vi e revi títulos, folhei algumas páginas e quando decidi regressar, os meus olhos cruzaram com INÊS PEDROSA. Tenho vindo a ler o "Faz-me falta", mas já há muito que "Fica comigo esta noite" me havia seduzido.
Na contra-capa lê-se:
«"Fica comigo esta noite", pede um pai ao filho que lhe escapa por entre os dedos, numa entre doze histórias de pessoas normais subitamente surpreendidas pela constelação de desencontros a que chamamos vida. Histórias de mulheres e homens perdidos na infinita noite do desejo, histórias de europeus sem Europa, histórias de traições e cumplicidades sem fronteiras.»
Apetecível, sedutor... anseio por mergulhar na poesia da prosa de Inês. Confesso que invejo o dom... queria tanto escrever como Inês, queria tanto sentir o que imagino que um poeta sente quando se exprime tão verdadeiramente.
Apetece-me ser poeta, apetece-me escrever um livro, apetece-me ter uma escrita "suave, maliciosa, inteligente", de "rara envolvência", adorava ser, tal como Inês, "Uma tempestade à qual ninguém pode ficar imune ou indiferente".